sexta-feira, 5 de março de 2010

'Inesperadamente pacífica, ou com o gosto de outra paz, antiga, o blues trazia uma vontade de deitar-se no chão, ao comprido, sobre almofadas, para olhar detidamente o teto, suas tênues rachaduras, rios num mapa, ascintilações dos anúncios luminosos através das vidraças fechadas, alguma coisa dura nos ombros se soltava, talvez acenderia um cigarro, se fumasse, apagaria as luzes, bebendo lento o vinho. Apanhou o cálice quase vazio, junto ao sofá, e penetrou pelo corredor de paredes também brancas, tão estreitas e alto que sentiu uma espécie de vertigem.'

caio f.

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