terça-feira, 29 de setembro de 2009

Triângulo das águas

'Inesperadamente pacífica, ou com o gosto de outra paz, antiga, o blues trazia uma vontade de deitar-se no chão, ao comprido, sobre almofadas, para olhar detidamente o teto, suas tênues rachaduras, rios num mapa, as cintilações dos anúncios luminosos através das vidraças fechadas, alguma coisa dura nos ombros se soltava, talvez acenderia um cigarro, se fumasse, apagaria as luzes, bebendo lento o vinho. [...]
Apanhou o cálice quase vazio junto ao sofá, e penetrou pelo corredor de paredes também brancas, tão estreito e alto que sentiu uma espécie de vertigem.'


_caio f. abreu in 'pela noite'

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